segunda-feira, 9 de abril de 2012

Planej. Viagem Atacama - Parte 1

Faz 4 meses que iniciei o "Projeto Atacama", e de fato muita coisa ocorreu desde então:

- comprei a magrela (tenere 250cc), minha 1a moto;

- aprendi a andar de moto;

- tirei habilitação;

- comprei os primeiros itens de proteção;

- passei a usar moto no meu dia-a-dia para o trabalho;

- fiz upgrade de moto da"Magrela" para "Cavala" - uma BMW R1200GS - entregando o carro da minha Esposa como parte do pagamento

- e acumulei uns 2.000 km entre pequenos passeios e pequenas viagens, incluindo uma RJ-SP pela Dutra.

Já me sinto bem adaptado ao mundo sob 2 rodas, apesar da pouca experiência e pouco tempo.  De fato, o dia-a-dia de moto no trânsito acelera bastante esta adaptação, além de acrescentar em muito "qualidade de vida" com horas incontáveis "ganhas" no trânsito de SP. Por outro lado, estou ciente do maior risco que isto também representa. Como tudo na vida, para se ter algumas coisas, abre-se mão de outras.

Meu projeto segue acelerado e pretendo nos próximos 2 meses fazer o seguinte:

- acumular mais uns 3.000 km rodados, principalmente no dia-a-dia e em pequenos passeios de fim de semana;

- fazer o BMW rider training (já agendado para 6 de maio) - afinal tenho somente conhecimento básico, com pouca técnica e teoria;


- equipar a Cavala com alguns itens "obrigatórios" (protetores de motor, trava de acelerador, e coisas do tipo) - e para tal pretendo em breve dar um pulo em Rio Claro - em um alemão que fabrica e monta as próprias peças ==> http://www.motopointrc.com.br/motopointrc/index.php

- fazer upgrade dos meus esquipamentos de proteção (calca, bota, luva,  capacete, etc) - afinal tudo que tenho até o momento é vagaba, sendo bem útil
para o dia-a-dia porém ineficaz em grandes trajetos e longas distâncias;

- iniciar minha preparação física - esta talvez a parte mais difícil do meu projeto. Sei que não é mandatário estar em forma - já li sobre vários caras de todos os pesos e tamanhos fazendo tal percurso, mas entendo que quanto mais em forma, maior a resistência e por consequência menor o "stress" com as longas distancias e cansaço físico;

- buscar me enturmar nas tribos de motociclistas em busca de formar o pequeno grupo de viagem e avançar no desenho do roteiro. E sobre este último ponto recentemente tive uma boa noticia.

Um amigo de infância (Ricardo) que também reside em SP - de tanto eu falar sobre o projeto na cabeça dele - topou participar desta empreitada e também comprou uma moto (BMW F650 GS). E neste último domingo abrimos um vinho e começamos a plotar no Google maps o primeiro esboço do nosso percurso.

Ele - assim como eu - também gosta muito das pesquisas, das leituras de blogs, da coleta de informação, da montagem de planos... Ahhh o que seria das nossas vidas sem uma planilha excel para catucar e refletir nossas analises e projeções !! :))))


Neste primeiro esboço, nos baseamos em todas as leituras de blogs que fizemos recentemente pela internet. Para quem não anda de moto, este plano parece um projeto "do outro mundo". Mas é impressionante a quantidade de gente - de  todas as idades - que todos os anos curte de moto este belo percurso. Teste aí: entre no Google e digite "viagem de moto", ou "de moto para o Atacama" e por aí vai.

Me baseei muito também em um bate-papo recentemente que tive com outro amigo de SP que fez duas vezes esta viagem (obrigado pelas dicas Fábio !). Vejam aqui o blog da sua ultima viagem (http://carnavalnoatacama.blogspot.com.br/)

Percebi que existem pelo menos 3 "rotas/percursos principais" que o povo escolhe para ir ao Atacama com variações de trechos, obviamente:


1 - o mais "curto": ida e volta pelo extremo norte da Argentina. Atravessando a fronteira do Brasil por foz do Iguaçu, seguindo pelo norte da Argentina beirando a fronteira com o Paraguai,  passando por Corrientes,  Salta, atravessando a cordilheira, seguindo para San Pedro do Atacama, indo até Antofogasta bater foto da tradicional "mão" encravada na estrada e pegar caminho de volta por variações do mesmo percurso da ida - totalizando uns 7.000 km até São Paulo. Tempo necessário +/- 12 a 15 dias.

2 - o segundo percurso é uma derivação do primeiro, porém no retorno o povo segue de Antofogasta para Santiago do Chile, depois para los Andes, cruza a cordilheira de volta para Argentina, toma uns vinhos em Mendonza e segue de volta em direção a foz do iguaçú e depois São Paulo.  Neste caso o percurso cresce mais uns 2.000km, totalizando uns 9.000km - exigindo uns 15 a 17 dias. Gosto muito desta opção, inclusive.


3 - já o terceiro é mais "radical" cruzando por 5 fronteiras: o povo vai para o norte do brasil e entra no Peru pelo Acre, visita machupichu - terra dos incas - cruza Bolívia, e desce rumo sul entrando no chile ate o Atacama. Ja na volta pode ser pelo percurso 1 ou 2 acima. Neste caso a viagem da uma boa esticada para uns 10 mil km. Sendo necessário mais de 20 dias de viagem.

Já meu amigo Ricardo está tentando me convencer a adaptarmos o trecho 2 acima, esticando a volta a partir de Mendonza seguindo até a Buenos Aires e depois de ferryboat até o Uruguai, e na sequência subindo pelo Rio Grande do Sul, rumo a SP. Seria show. Mas to votando contra, pois seria necessário uns 20 a 25 dias - o que, no meu caso, seria impossível. Esta opção somente é válida pra mim se cortarmos a viagem "nas pontas" embarcando as motos na ida (em Foz do Iguaçu) e na volta (a altura de Porto Alegre), na tentativa de encurtar uns 3mil km - trazendo novamente o percurso para uns 17 dias... Quem sabe..

Depois da primeira garrafa de vinho e muito debate, as teses acima foram as melhores que conseguimos desenvolver. Em breve postarei aqui mais detalhes sobre o roteiro.

"Pre-agendamos" a data da nossa partida para 15nov2012, mas é claro que muita água ainda vai rolar por baixo desta ponte. E o prazer esta justamente aí. Afinal, os caminhos percorridos para se chegar até o dia da partida representam uma viagem tão boa quanto a viagem em si, não é verdade?

Me inscrevi recentemente em um fórum de discussão onde descrevi um breve resumo do plano de viagem em busca de opiniões e sugestões de amigos virtuais mais experientes - os quais desde já agradeço pelas contribuições.

Acompanhem por aqui o post desta "discussão":


http://www.motonline.com.br/forum/forum_posts.asp?TID=21682&title=sp-atacama-nov2012-d-sua-opinio



Primeiro esboço da viagem - em um bate-papo com o Fabio,
em um chopp no Jonnie Wash
(http://johnniewash.com.br/)


6 comentários:

  1. R.G, os três roteiros são muito interessantes, já fiz os dois últimos. O melhor é fazer o roteiro de acordo com a sua disponibilidade de tempo. Não tente fazer percursos diários mais longos que o que tem costume ou que se sinta seguro. Respeite os limites da moto e seus. Você tem muito tempo pela frente para fazer outras viagens. Precisando, estou à disposição.
    Abraços
    contato@viagemdemoto.com

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    1. Obrigado pelas dicas, Romulo. E parabéns pelo seu site - é o mais completo de todos que pesquisei pela web. Hj eu li em detalhes seus relatos de viagem. fantástico! Você permitindo - gostaria de colher contigo mais detalhes e dicas sobre meu roteiro proposto.. Falemos por email! Gd abr,

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  2. Fala Rodrigo! Antes de tudo, parabéns, o blog está muito bacana. Cara, tenho entrado aqui quase que diariamente. Essa viagem foi a minha "menina dos olhos de ouro" quando comecei a ler revistas sobre o tema duas rodas. Apesar de ver alguns falando muito bem do charmoso circuito europeu, essa viagem me chamou atenção não só pelo visual, mais principalmente por estar ao nosso alcance, bastando uma boa moto, programação e um grupo de colegas como mesmo objetivo. Minha moto (XRE 300 abs) atualmente está com 2100km rodados e também a utilizo para ir ao trabalho (Camboinhas – Centro de Niterói) quase que diariamente. Não fiz nenhuma viagem, até porque sei que uma motocicleta monocilíndrica não coopera em longos percursos – você teve essa experiência no trajeto Rio X São Paulo -, portanto, isso tem me desanimado um pouco de pegar a estrada. Quero muito comprar uma Honda Transalp com ABS (principalmente pela versatilidade, facilidade de manutenção e custo benefício), porém, para essa viagem, não se ela compatibiliza muito bem. Bom, estou muito motivado a fazer essa viagem. Quero participar desse evento. Quem sabe, qualquer dia desses, não dou uma esticada até São Paulo para eu me ambientar mais com o assunto e bebermos uns vinhos. Anima fazer o percurso da Estrada Real antes do evento? Vamos nos falando. Grande abraço! Rodrigo Daflon

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    1. Fala Xara ! Valeu por estar me acompanhando nesta empreitada! Você é super bem vindo a participar deste projeto, vamos?

      Sobre as motos... Realmente a diferença entre a 250cc e uma moto mais estradeira (>650cc) é absurda. Nao somente pela forca do motor, mas principalmente pela estrutura, peso, estabilidade... O que acaba resultando em mais segurança e conforto na viagem. Em um trecho curto... da pra levar na boa... Mas quanto mais longa a viagem... Mais gritante se torna esta diferença.

      Sobre estrada real... To dentro. Bora marcar! gde abraço !

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  3. Fala RG! Excelente o teu Blog. Em janeiro/13 pretendo fazer Roteiro 1 (acima) com minha garupa (patroa) e vou acompanhar de perto a tua viagem para aproveitar a experiência. Estou começando o meu planejamento e pelo que vi o google maps não mostra a rota passando pelo Paso de Jama que entendo ser o roteiro mais curto por estradas asfaltadas(certo?). Entre tantos blogs sobre viagens ao Atacama, recomendo o "vidavivida.com.br" do Fabio Colaferro que fez um planejamento primoroso e documentou tudo muito bem viajando com uma GS 1200.
    Grande abraço e daqui vamos acompanhando vc.
    Guilherme & Piti

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    1. Seja bem vindo Guilherme & Piti! E obrigado pelo apoio.. e conte comigo para qq troca de figurinha..

      Já sou tb assiduo leitor do vidavivida.. e leio tb o viagemdemoto.com, ambos muito legais..

      sobre o Paso de jama.. é isso mesmo, o maps nao mostra. mas veja este trecho pelo RUTA0.COM pois este é um site argentino que tem muito mais detalhes sobre a regiao.

      gde abraço

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