segunda-feira, 26 de março de 2012

Minha 2a Moto

São Paulo, 26 de Marco de 2012.


Esta semana, dei mais um passo a frente no meu projeto: comprei a moto da viagem (para o Atacama). Vou resumir neste post os acontecimentos deste ultimo mês...

Estou com a Magrela há mais de um mês aqui em SP, e neste meio tempo tenho ido com ela todos os dias ao trabalho - sem exceção. Faca chuva ou faça sol.

Este dia-a-dia me fez avançar bons passos na confiança e no conforto da pilotagem - dado que ela passou a ser como um "complemento" dos meus braços, pernas e corpo em geral, me deixando completamente a vontade e adaptado a sua forma, peso e humores. Mas esta não foi a maior evolução que tive...

A maior delas foi sim dentro da minha casa, dado que gradativamente minha esposa foi relaxando, ficando mais a vontade e se acostumando com a idéia do marido andando de moto mundo a fora. Ela tem percebido que apesar de arriscado, este projeto tem feito bem para minha cabeça me deixando mais relaxado, menos estressado... Afinal, encontrei o tal hobbie que há tanto tempo eu procurava.

Este upgrade de "ponto de vista" foi tamanho que eu propus a ela a venda do nosso 2o carro (o dela) para ficarmos somente com o um. E, neste caso, ela ficaria de carro e eu somente de moto. E para minha surpresa, ela topou com algumas ressalvas. E assim retomei minhas buscas pelas lojas e páginas na internet em busca do "meu próximo passo": a moto que me levará para o Atacama (se Deus quiser!!).

Novamente visitei a Yamaha, pensando na prima mais velha da Magrela - a te660. Fui na KTM conhecer as motos campeãs dos rallys mundo a fora. Experimentei novamente a kawasaki versys e por fim fui na BMW de olho na F800GS e na G650GS Sertão. Todas lindas, interessantes, mas na verdade, em nenhuma delas senti aquele "tchan" que te força a tomada de decisão.

Na loja da BMW pedi para fazer testdrive na F800GS: - "não tenho ela para testdrive", disse o vendedor. "Tenho somente a R1200GS para teste", ele ofereceu. "ok, ela não me interessa... mas vou experimentar somente para matar a curiosidade", afirmei. E foi aí que meus planos mudaram...

Logo no começo do "passeio", entre a 2a e a 3a marcha, soltei um palavrão "CARAL%# !!! QUE POR%# É ESSA !!!! QUE RAÇA É ESSA!!!". Sensação fantástica, amor à primeira vista, indescritível.... difícil transpor para palavras, mas vou tentar.

É como se você só andasse de corsinha 1.0 sem ar e de repente você acelerasse em um Veracruz ou Pajero Full, sei lá. Tá bom, vou tentar de novo: é como se você almoçasse sanduíche de mortadela dias seguidos em uma lanchonete e de repente você jantasse no melhor restaurante da cidade, regado ao melhor vinho francês. Entendeu?

O motor é um canhão e ao mesmo tempo "dócil", é robusta porém fácil de pilotar, o freio fantástico... nada borrachudo, o ronco único, macio, aventureiro. As malas laterais mais parecem o guarda-roupas do 007 e, por fim, o conforto é o de uma poltrona em uma sala de cinema do kynoplex.

A paixão veio de primeira, avassaladora - e junto veio aquele comixão desgraçado (que brota no estômago, ou no rabo) e que fica junto com o diabinho sussurrando no ouvido "esta cavala será sua parceira para o Atacama!!! Vai lá... compra uma...".

Fica aqui minha sincera recomendação: não faça testdrive em uma moto destas !! A não ser que você tenha em mente comprá-la. Pois caso contrário, você voltará para casa cabisbaixo e pensativo, assim como eu. Afinal, voltar pro meu corsinha (digo, para minha magrela de 250cc) foi difícil logo após experimentar esta montaria dos Deuses de 1200cc.

Passei dias seguidos em pensamentos profundos e fazendo contas de cabeça. Mas por fim não me contive. Parti para Internet em busca de uma semi-nova com bom custo-benefício. Afinal, para comprar uma zero.. nem vendendo meu corpinho de pera na Rua Augusta ou na Av. Copacabana.

Encontrei várias boas opções. De fato o perfil do proprietário deste tipo de moto é bem mais cuidadoso do que a média... mantendo manutenções rigorosas e investindo também em bons equipamentos e acessórios. Logo, não é raro você encontrar boas opções bem cuidadas, pouco rodadas com 3 a 4 anos de uso.

E ontem (domingo), ao fim do dia, o negócio estava sacramentado. A equação foi a seguinte: Magrela + carro da minha esposa = égua Campolina, campeã mundial da raça. Números arredondados e nenhum centavo a mais desembolsado.

Escolhi uma semi-nova, modelo Sport 2008, de 18.500 km, com ABS, aquecedor de manopla, linda, equipada também com as tais malas "do 007". Dá uma olhada nela aqui abaixo. Difícil não se apaixonar, não é?


BMW R1200 GS Sport - 2008. Minha "Cavala"



Repare as malas tipo "007"



Ela no "checkup / vistoria" da concessionária - exigência
minha para concretizar a compra

Enfim, agora o próximo passo é aprender a domar esta égua de raça - o que se dará na "marra" no dia-a-dia. Afinal, nem carro mais eu tenho. Alguns estão me chamando de louco, outros de deslumbrado... e os mais otimistas entendem que na verdade sou um cara determinado. Sei lá. Talvez eu seja um pouco de cada.

Tenho pensado também em me inscrever no tal curso de pilotagem da BMW - além de acelerar meu aprendizado seria também uma boa opção para me enturmar com o povo desta tribo.

E por falar nisso, por incrível que pareça, a parte mais difícil do meu projeto tem sido justamente reunir um grupo de 2 ou 3 amigos para topar a sonhada viagem comigo. Já esgotei os convites aos amigos mais próximos. Talvez este tal curso seja uma forma de engordar a lista de candidatos. Vamos ver.

terça-feira, 13 de março de 2012

SP - Atibaia

São Paulo, 12 de Março de 2012




Semana passada foi à primeira semana da Magrela aqui em SP. Até que ela não ficou tão assustada com o trânsito daqui. Rodei com ela quinta/sexta ida e volta até o trabalho - percurso tranquilo por dentro do bairro pegando somente um pequeno trecho pela Av. Bandeirantes. “Perde em risco para Ponte RJ-Niterói”, diz a Magrela. Tenho que concordar. A Ponte é realmente é imbatível com seu transito caótico, faixas apertadas, sem corredor e vento forte.  E volto a afirmar também: a Te250cc é imbatível na cidade! Esperta, motor adequado, alta, ágil, e por fim econômica.


Foi tão legal o “passeio” que voltei ventilando a ideia de passar a usá-la no dia-a-dia para o trabalho. Afinal, foi absurdamente produtivo levar 15 a 20 minutos em um percurso que de carro me toma algo entre 45 e 60 minutos engarrafado todo dia.


To negociando com minha esposa este assunto (ainda sem sucesso). Tenho prometido evitar sempre as vias principais, tomar muito cuidado, pensar sempre nela, levar ela pra jantar, e por ai vai. Ela não é de exatas, mas sim de humanas (fisioterapeuta) - mas ela está com um papo esquisito fazendo conta e me dizendo que “se você vier uma vez por semana vezes %&%%$$#... significa que seu risco de acidente será de %$#@!@!# , logo o máximo que eu aceito é 1 dia, às sextas!!!”. Já é um começo.


Neste último sábado, testei mais uma vez nossos limites. Só que desta fez, me refiro aos limites dela – minha esposa. Fomos passar o fim de semana em Atibaia, pernoitando em um hotel fazenda (http://hotelfazendasantarita.com.br). Percurso tranquilo de 80 a 90km cada perna: passando pela 23 de Maio, via Dutra, Fernão Dias, Rod D. Pedro I e pronto. Moleza. Só que eu fui de moto e ela de carro com nossos 2 filhos pequenos.
O resultado foi que eu fui passeando, relaxando, curtindo, pensando na vida - na ida e na volta, e ela foi se estressando, enfartando, se esgoelando dentro do carro (sozinha) na tentativa de controlar nossos 2 “trombadinhas” que na paravam de “tacar o terror” no carro.  É... minha mulher é uma Santa.


E para finalizar e coroar o passeio: na volta para casa no domingo fim do dia, caiu aquela tempestade alagadora digna de SP no verão...  resumindo: inferno na torre!  Os túneis da Av 23 de Maio fecharam tornando o trânsito um inferno. Cheguei em casa rápido e a coitada chegou exausta quase 1 hora depois. Tenho que agradecer a Deus mesmo. Minha mulher é fantástica. Amo muito você, meu amor!!


Mas estamos aqui para falar de moto, ao invés de assuntos familiares.


Mais uma vez avancei alguns passos a frente, desta vez na chuva.  Ela nos pegou no final da Fernão Dias, quase entrando na Dutra. Veio torrencial, daquelas que em 10 segundos te encharca inteiro. Parei no primeiro posto para colocar calça impermeável – mas pouco ajudou dado que já estava todo molhado. Rodei quase 1 hora com ela forte no rosto.


Pilotei recordando de cada orientação lida recentemente na internet sobre pilotagem na chuva: como usar os freios, fazer as curvas com a moto mais em pé, que distância manter dos carros, não andar sobre as faixas, atenção para não aquaplanar, e por ai vai.  Não me lembro de ter lido nada sobre os banhos de água que você toma (inteiro) quando um carro atropela um bolsão de água do teu lado...     Ahrrg, água horrorosa da Marginal Tiete!  Tomei 2 banhos destes ao longo do percurso. Mas vim bem. Mantive o astral alto buscando aprender com a ocasião e o passeio virou até diversão, e por fim cheguei em casa sem susto. Somente me preocupou minha esposa com as crianças em algum lugar mais atrás dado que foi impossível nos mantermos juntos no meio do trânsito embolado.


Por fim, minha última e infeliz conclusão: Meu super-ultra equipamento de chuva (capa, bota, luva) – que se dizia 100% impermeável se mostrou um bela bosta. Cheguei encharcado em casa com pés e mãos enrugados. E a bosta da luva ainda soltou uma tinta preta que deixou minha mão encardida até o dia seguinte. Tudo vagaba. Vou ter que soltar mais um camarão e aumentar o patamar de investimento melhorando o equipamento para voos maiores.  É isso, bola pra frente!


PS: Meu amor,  obrigado pelo esforço deste fim de semana!!  Amo muito você!!!Te prometo levar para jantar várias vezes neste mês.  (Mas vamos lá heim... 1 dia só de moto pro trabalho não... pensa melhor, vai).

Entrada do Hotel em Atibaia  (http://hotelfazendasantarita.com.br
O tempo negro no fundo já mostrava o que nos esperava a frente


procurando um local para almoçar em Atibaia


vista do alto do restaurante, Atibaia




fim de tarde, na entrada do hotel


volta no domingo, parando em um posto para colocar roupa de chuva.
Ao fundo, Marginal Tiete e seus bolsões d'água


quinta-feira, 8 de março de 2012

RJ - SP pela via Dutra

Niterói - São Paulo, 7 de Março de 2012

Em meu último post, escrevi sobre a quebra de um (pequeno e velho) paradigma – ida de moto ao trabalho, pela ponte RJ-Niterói. Neste, escreverei sobre a quebra de outro. Só que desta vez, falarei sobre um paradigma um pouco maior: ir de moto de Niterói a SP, sozinho pela via Dutra.

Iniciei novamente esta semana no RJ, a trabalho... Mas logo ao chegar, recebi a confirmação de que precisaria estar retornando a SP para outros compromissos no meio da semana. E ai, pronto. Já estava mesmo querendo uma brecha para levar a Magrela para SP e veio àquela vontade danada de colocá-la na estrada para mais uma vez testar nossos limites.

Vários dúvidas me vieram na cabeça... “estou preparado”, “tudo bem ir sozinho”, “e se chover”, “aviso a quem”, “e se eu cair”, “vou aguentar.. e por ai vai.

Olhei em detalhes a previsão do tempo ao longo de todo o percurso - sol pleno no RJ, em Resende, em Aparecida, em Jacareí, e por aí vai. Se tivesse 1% de risco de chuva em qualquer parte do caminho, eu abortaria. Por fim, ainda com dúvida, decidi no cara o coroa: melhor de cinco. Cara = estrada. Coroa, deixa quieto. Deu empate, 2 x 2. Entendi como sendo um sinal dos meus “santos protetores & guias” deixando o desempate por minha conta. E assim o fiz.

Transformei meus medos em uma lista estruturada de pequenos preparativos, os quais aprontei todos na véspera: Alforges (queria testá-los), algumas roupas na bagagem (caso chovesse, eu poderia parar e dormir em qq cidade), tanque cheio, contatos de emergência escritos em cartões de visita nos bolsos, sacola com moedas e notas pequenas para pagar o pedágio evitando tirar toda hora as luvas, barras de cereais, água, e por aí vai. Por fim, a Magrela ficou linda arrumada para festa!

Minha cabeça foi como um blog ambulante relembrando tudo que havia lido recentemente sobre viajar de moto, ficando atento a todos os detalhes a serem aplicados... Registrando também cada pensamento, já compondo os fragmentos de depoimento que iria escrever posteriormente por aqui.

Não avisei minha esposa para não preocupá-la (nem preciso dizer que ela quase me matou quando cheguei em SP com capacete e jaqueta sob os braços, sorridente). Mas Decidi sim avisar um grande amigo de SP – “se eu não aparecer por SP até às 14:00 ou não te ligar até lá, manda me procurar pelos canteiros da Dutra...” (Jesus!!). Claro que ele tentou me convencer a não ir.. “você não sabe como é na estrada.. Você não esta preparado... o vento vai te empurrar, os caminhões... e por ai vai”. Enfim, no meu julgamento pesou o fato de estar rodando direto pela cidade, várias idas e vindas ao trabalho..., entendi que poderia sim encarar este trecho desde que viesse tranquilo, com calma, sem pressa, atento a tudo e todos.

Acabei dormindo bem tarde na véspera. Meu coração vascaíno me obrigou a sofrer até tarde no 3 x 2 do Vasco contra o Alianza do Peru, pela libertadores. No dia seguinte, às 5am meu despertador me tirou da cama em um pulo e poucos minutos depois já estava dando ignição no motor da magrela. Meu plano era tomar café da manhã logo depois da serra das Araras por volta das 7am. E lá fomos nós.

Estrada livre, sol nascendo, motor esquentando, meu corpo e cabeça se adaptando. Muito bacana sentir os cheiros da estrada, os cheiros do raiar do dia. Um amigo já havia me falado a respeito deles. Algo que de carro pouco se percebe, pois raramente viaja-se de vidro aberto hoje em dia. Mas de moto é diferente.

O primeiro cheiro, foi um "até logo RJ” - foi o cheiro horroroso dos "rios" que cortam a baixada fluminense até a baia de Guanabara, ao redor da linha vermelha. É uma mistura de lixo, descaso, cheiro de anos de governo ineficiente. Mas logo ao sair da cidade, melhorou muito: primeiro com cheiro de grama recém cortada, depois cheiro de boi/cavalo (gosto muito, me traz boas recordações), cheiro de café, cheiro de serra... de orvalho, cheiro da vida sendo vivida, e por aí vai.
Me adaptei muito bem às curvas, ao peso da moto (carregada), às ultrapassagens, a velocidade, a estrada em geral. A viagem rolou sem problemas, sem susto. Fui com calma, passeando, aprendendo, parando a cada 80-100km para dar uma esticada no corpo. Cheguei bem cansado, confesso. Corpo doendo, bunda dolorida, mas inteiro depois de quase 7 horas de viagem. Banho gelado, terno e gravata e fui para o trabalho logo após almoço - semi-morto.

Eu diria que 50% do risco de viajar de moto é equivalente aos riscos de viajar de carro: diz respeito às suas noções na estrada, nas ultrapassagens, velocidade de aproximação dos carros pelo retrovisor, dos movimentos dos caminhões, da qualidade e conhecimento da estrada em si. No meu caso, este risco foi reduzido dado que viajo de carro a séculos inclusive pela Via Dutra – minha velha amiga de inúmeras idas e vindas entre SP e RJ.

Outro risco, que também pode ser minimizado diz respeito a você compreender o “ritmo da estrada” e manter sua velocidade alinhada com ele: nem devagar - evitando que você seja toda hora ultrapassado - e nem rápido demais, gerando risco nas suas ultrapassagens. E assim o fiz. Mantive uma média de 100-115km/hr e vez ou outra esticava até 125-130Km/hr (esgoelando a magrela) Sempre mais rápido que os caminhões porém um pouco mais lento que alguns carros.

Por fim tem sim um risco a mais, inevitável: se pintar um cachorro na frente, um buraco ou óleo na curva.... Babou! Acidente que de carro poderia custar barato, de moto seria fatal.

Mas não tomei susto, vim bem. Meu maior desconforto foi físico. Tive que vir conversando e negociando com minha lombar e nádegas ao longo das 7 horas de percurso: “Nós não vamos aguentar!! ... você está muito pesado”, elas gritavam. “Calma!! Guenta ae!! Daqui a pouco vou dar uma parada para esticar vocês”, eu às acalmava.
Brincadeiras à parte, li em um blog um camarada dando seu depoimento sobre viajar de moto ao Atacama onde na visão dele não se faz necessário ser nenhum atleta ou coisa do tipo para fazer tal viagem. Depois da Dutra eu te afirmo: Você não precisa ser atleta.. mas se você estiver em forma, com braços, bunda e lombares mais firmes, com certeza, mas com certeza! seu sofrimento será bem menor. No meu caso, como estou um pouco fora do peso (falei assim para não magoar) cheguei destruído em SP. Meu corpo dolorido, bunda amassada, costas e braços empenados. E rodei 470km, 7hr de viagem. Imagina se estivesse na viagem para o Atacama e tivesse que rodar no dia seguinte, mais uma dutra,  por 15 dias seguidos!!! Haja dorflex!! Haja força de vontade.

Outra conclusão que tirei diz respeito a minha querida amiga Magrela. Aos amigos que possuem irmãs dela, me perdoem e não fiquem magoados com o que vou dizer. Mas a te250cc não é a moto correta para longas viagens, com longos trechos em dias seguidos. Dá pra ir? ... claro. Até a pé ou de skate vc vai. Tudo depente do quanto de "perrengue" você esta acostumado. Mas ela nã foi feita pra isso.

Primeiro, falta motor. Nas subidas, ela titubeia, e nas ultrapassagens quando você precisa dar uma estilingada, falta fôlego. Segundo, falta estrutura óssea/corpórea pra ela, faltando uns kilinhos a mais (ao contrário de mim que precisava de uns kilinhos a menos). Se por um lado isto é uma virtude para rodar nas cidades dando agilidade, por outro é uma fraqueza na estrada, dado que ela reage balançando com qq pequena turbulência em cada ultrapassagem de caminhão.

Terceiro, diz respeito a tremedeira que o motor monocilindrico gera. Algo que em passeios ou viagens de algumas horas você não "percebe", mas que após 5 horas se torna um belo desconforto. Se você amigo leitor não anda de moto, vou te ajudar a entender a sensação: pegue duas furadeiras (máquinas), uma em cada mão, e sente na maquina de lavar da sua mãe ou esposa.... E ligue tudo ao mesmo tempo por algumas horas. Pronto. Foi assim que me senti depois de horas montado na magrela. Uma mistura de corpo dolorido, dormente, e membros chacoalhados.

Mas volto a afirmar: a te250 é uma bela moto, muito bem feita, com propósito claro de atender bem no dia-dia das cidades e pequenas e médias viagens. Sei que estou forçando a barra esticando e avaliando ela para além dos seus propósitos - o erro é meu.
Por fim, minha final e feliz conclusão: na minha humilde opinião, rodar na estrada é muito mais "seguro" do que rodar na cidade. Risco sim, bem maior, é rodar por grandes capitais como RJ ou SP. Que puta loucura quando você entra na Marginal Tiete e vê aquele trânsito de 8 pistas, com carro, caminhão para todos os lados, e um bando de motoqueiros doidos andando acelerado pelo corredor. Corri mais risco em 30 min cruzando o centro de SP do que em 6 horas e meia pela estrada. Vi todo tipo de loucura.... Motoqueiros costurando entre carros em um trânsito intenso, risco de acidente eminente a cada segundo. É óbvio que vai morrer um por dia mesmo. É coisa de louco. Me desculpem aos amigos de classe... Mas a fama ruim que nos cerca é merecida.

Resumindo: Esta simples vinda a SP pela Dutra me ensinou muito e, principalmente, me mostrou que meu projeto Atacama é viável sim para Novembro deste ano. Até lá, vou acumulando mais experiência e km rodados naturalmente. Preciso sim abrir duas novas frentes de trabalho no meu projeto: 1 - Melhorar preparo físico; e 2 - Pensar em um upgrade para um moto maior em breve (mais uns meses a frente). Assuntos estes que tratarei em próximos posts.
E vamos adiante ! Agora com a Magrela aqui em SP,  já estou de olho em algum passeio curto neste próximo fim de semana, vamos ver.


Amanhecer na Serra das Araras



Parei lá no alto para bater umas fotos, muito bacana o visual

6:30am, sol nascendo, prometendo um dia bacana na estrada

Minha parceira me olhando, enquanto tomava café da manhã no primeiro posto
no alto da Serra das Araras

Abasteci uma vez, apesar de ter parado umas 5 ou 6 vezes.
9L colocados no tanque, média de 28km/litro

Que ela nos proteja e nos ajude a realizar nossos projetos

Nesta foto aqui a Magrela ficou bonita, não?

Minha última parada antes de chegar a SP
no Frango Assado da Carvalho Pinto (estrada maravilhosa, por sinal)

Não falei sobre o capacete, mas comprei este aqui na véspera - pois de tanto
 reclamar do capacete "vagaba" ele acabou sendo roubado de mim.. qdo estacionei no
centro do RJ e deixei ele trancado na Magrela.