São Paulo, 17 de Dezembro de 2012
(continuação do post
http://www.minha-moto-e-eu.blogspot.com.br/2012/12/pos-viagem-parte-2-sobre-os-acessorios.html)
(4) Sobre o ROTEIRO ****************
A escolha do roteiro é, obviamente, mais um ponto chave para o sucesso da viagem.
É muito comum em uma viagem como esta você criar muita expectativa sobre algum grande marco da viagem como chegar no Atacama ou atravessar a Cordilheira. Mas considero isso um grande risco pois depois que você passar por este lugar tão "esperado" você pode se dar conta que faltam mais 5.000 km de um longo caminho de volta pra casa, tornando a viagem um grande tédio a partir dali.
No nosso caso nos preocupamos em gerar expectativa sobre
vários lugares ao longo de todo o percurso, sendo que o último deles foi no penúltimo dia, já "perto" de casa (Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina).
Esta foi uma ótima estratégia para combater o tédio natural que o longo trecho de volta tende a te provocar. E de fato o sentimento de querer "chegar/voltar" somente se manifestou na gente nos último 300km e ao longo de todo roteiro mantivemos astral em alta curtindo cada momento, um dia por vez.
Todo o roteiro pesquisamos via internet através de sites de moto, fóruns de discussões e blogs de viajantes. E por vezes trocamos emails e telefonemas com caras experientes que já havia passado por estes lugares buscando opiniões e dicas das mais variadas possíveis.
E a medida que fomos avançando fomos engordando uma planilha com todos os detalhes da viagem, roteiro e distâncias, observações sobre cada local, dicas de estradas, sugestões de passeios, reservas feitas, estimativas de gastos, e por ai vai.
Feito isso, aperfeiçoamos o roteiro desenhando-o dia por dia no computador através do software Mapsource da própria Garmin - onde confirmamos as distâncias, estradas, pesquisamos também a distância entre postos de abastecimento, investigamos as opções de hotéis em eventuais pontos candidatos para pernoite, e por ai vai.
Feito o roteiro base, fizemos download de todo os trechos para o GPS sendo uma grande guia/referência que usamos ao longo do percurso.
Mas é claro que fizemos adaptações ao longo do trajeto nos baseando em novas informações coletadas com pessoas das próprias regiões que passamos - onde colhemos ótimas sugestões sobre estradas, roteiros e percursos mais a frente. Mas o fizemos sempre adaptando o roteiro base, e não sobre uma folha em branco.
Mas vamos por partes destacando e comentando os principais trechos/etapas...
1a ETAPA: do Brasil até o pé da Cordilheira (ida): trecho mais chato da viagem!
Evitamos a BR101 e seguimos via Castelo Branco em direção a Londrina e Foz do Iguaçu. Foi uma ótima decisão pois evitamos o transito pesado de caminhões. Outra boa decisão foi dormir do lado argentino na cidade de Puerto Iguazu, ao invés do lado brasileiro em Foz do Iguaçú - com isso ganhamos um bom tempo de alfandega fazendo que o dia seguinte rendesse bastante.
Cortamos o extremo norte da Argentina passando por Posadas, Corrientes, etc. São longos retões de paisagem muito sem graça, ..um calor absurdo e muita polícia corrupta, sendo realmente um dos trechos mais "chatos" da viagem.
A viagem faz grande upgrade de qualidade ao final deste trecho quando avista-se as montanhas, ao pé da Cordilheira - já na cidade de Salta, item 2 a frente.
Veja mais sobre este trecho em:
http://minha-moto-e-eu.blogspot.com.br/2012/11/atacama-dia-4-itatyar-saltaar.html
2a ETAPA - REGIÃO DE SALTA / CAFAYATE / TILCARA: SHOW!
Primeiro ponto alto da viagem - uns dizem que é a partir daqui que "a viagem começa". Esta região fica ao pé da Cordilheira já a 1.500 metros de altitude, com estradas perfeitas, muitas vinícolas, rios, montanhas e temperaturas mais agradáveis.
A
RN68 próximo a Cafayate é simplesmente espetacular! E o passeio pelo rípio do
Parque Nacional Los Cardones pela
RN40 é igualmente fantástico, porém ele te exige saber o básico do offroad e tempo para curtir sem pressa um longo e belo dia.
A cidade de
Cafayate e Salta foram uma das que mais gostamos: dado que são pequenas, simpáticas, com vários restaurantes, bons hotéis, boas vinícolas. Ambas considero visita obrigatória!
E
Tilcara - colada a
Purmamarca, é uma pequena cidade ao extremo norte da Argentina quase divisa com Bolívia e Chile, sendo o último ponto de abastecimento antes do Paso de Jama. Pequenas ruas terra, rústica, bons restaurantes, bons passeios. Valeu muito! Aqui é o ultimo ponto de abastecimento (gasolina) antes do inicio da travessia - depois só a 180km já no meio da Cordilheira.
Veja mais sobre este trecho em:
http://minha-moto-e-eu.blogspot.com.br/2012/11/atacama-dia-5-saltaar-cafayatear.html e
http://minha-moto-e-eu.blogspot.com.br/2012/11/atacama-dia-7-cafayatear-tilcaraar.html
VEJA OS FILMES:
http://youtu.be/voA9pmasB7w
http://youtu.be/W-q9bX_2PAo
3a ETAPA - SAN PEDRO DE ATACAMA: Bizarro e Espetacular!
Paso de Jama: é todo asfaltado e com ótimas estradas. Há somente um ponto de abastecimento no meio do percurso já na divisa (a 180km de distancia de Tilcara). As estradas são perfeita e visual é fantástico no meio da Cordilheira, com vulcões, curvas perfeitas, os famosos Caracoles (sequencias de curvas do lado Chileno), retas perfeitas, e vários oceanos de sal (salares). A altitude temperada pelo frio e vento podem castigar bastante seu esqueleto tornando a pilotagem cansativa e difícil. Fundamental estar bem alimentado, ir com calma, e muito bem agasalhado. Atenção para suas luvas e balaclava - pois se forem de baixa qualidade você estará lascado!
S.P. de Atacama: Um deserto com dunas, pedras, oceanos de sal, vulcões... a 2.600 metros de altitude. Muito quente de dia, congelado a noite. A cidade em si é uma pequena vila muito agradável e rústica com vários hotéis e ótimos restaurantes. Aqui nos "arrependemos" pois ficamos somente 2 noites, quando facilmente o local pede pelo menos 4 noites para que de tempo de cobrir os principais passeios.
Veja mais sobre este trecho em:
http://minha-moto-e-eu.blogspot.com.br/2012/11/atacama-dia-10-sp-de-atacama.html
4a ETAPA - Oceano Pacifico / Costa Chilena (TALTAL e CALDERA): Vale a visita!
Valeu muito rodarmos também por estradas a beira-mar, costeando o pacífico, quebrando radicalmente o visual empoeirado do deserto. Em Caldera - pequena cidade na costa do Chile - conhecemos a Bahia Inglesa, linda enseada de areia branca com belo por do sol. Mas não se engane pois o litoral é frio e empedrado, nada lembrando as praias quentes e de areia fina que temos no Brasil.
Veja mais sobre este trecho em:
http://minha-moto-e-eu.blogspot.com.br/2012/11/atacama-dia-12-taltalcl-calderacl.html
5a ETAPA: PASO DE AGUA NEGRA: um lugar para se lembrar pelo resto da vida. Espetacular!
VICUÑA - última cidade do lado Chileno, ao pé da Cordilheira, sendo o inicio da travessia do Paso de Agua Negra. Pequena e linda cidade. Aqui é local de vários observatórios abertos a visitação - sendo muito procurado por turistas de vários países. Vale o pernoite! ...e aqui lembre-se de abastecer as Cavalas para encarar o longo do percurso do Paso.
PASO DE AGUA NEGRA: É a travessia da cordilheira entre Chile e Argentina por estrada de terra. O Paso fica fechado a maior parte do ano, reaberto somente no verão.
Se prepare "psicologicamente" para ele sabendo que você ira passar por um lugar de natureza rara e bela, porém longíncuo, inóspito, muito pouco visitado. Para você ter uma ideia, esbarramos somente com 5 a 6 carros ao longo de um dia inteiro - quase 300km de percurso.
Até a véspera fiquei com receio de passar por lá com garupa dado os longos trechos de rípio/terra somado a altitude, mas (ainda bem) decidimos encarar. E de fato fomos muito bem.. sem grandes sustos, e valeu muito poder compartilhar esta aventura com minha esposa.
Apesar da estrada por vezes ser a beira de penhascos / precipícios - o grau de dificuldade é médio com terra batida e rípio firme em sua maioria - bastando você conhecer o básico de pilotagem em terra e ir com bastante calma. O sofrimento maior vem devido a altitude que atinge 4.900 metros - e em sua maioria te obriga a pilotar acima de 3.000 metros o que limita suas forças, habilidades e raciocínio.
Fundamental cruzar este trecho com calma, sem pressa, e abarrotado de comida e água - pois não há pontos de parada / abastecimento pelo caminho.
Resumindo: O Paso é simplesmente espetacular, sendo daqueles lugares que te marca para vida inteira. Sem dúvida, um dos pontos mais bacanas da nossa viagem.
Veja mais sobre este trecho em:
http://minha-moto-e-eu.blogspot.com.br/2012/11/san-juanar-27-de-novembro-de-2012.html
VEJA O FILME ==> http://youtu.be/hdSMRQBppd8
6a ETAPA: Mendoza - bacana, como uma pequena Buenos Aires.
Primeira e única cidade grande que ficamos. Muito conhecida e visitada devido a suas varias vinícolas e ótimos restaurantes. No nosso caso, foi rápido e passageiro com somente um único pernoite.
Veja mais sobre este trecho em:
http://minha-moto-e-eu.blogspot.com.br/2012/11/atacama-dia-16-mendozaar-merloar.html
7a ETAPA: Região Serrana a Sudoeste de Córdoba
Optamos por estradas secundárias e percorremos serras fantásticas que colocam nossa serra do rio do rastro no bolso. Fizemos o seguinte percurso (recomendo!) anote ai: Mendoza -> San Martin -> San Luis ->
Nogoli (RP9, que é a tal serrinha fantástica) -> La Carolina -> Merlo
Veja mais sobre este trecho em:
http://www.minha-moto-e-eu.blogspot.com.br/2012/11/atacama-dia-16-mendozaar-merloar.html
8a ETAPA: Serra do Rio do Rastro (Santa Catarina/Brasil)
...me desculpem amigos, é uma estrada bonita com suas curvas encravadas na montanha, mas depois de tudo que vimos... esta foi somente mais uma estrada.
E este trajeto nos levou até a BR101 e depois via BR116 - duas estradas que
merecem ser evitadas, sendo disparado o trecho mais perigoso que passamos ao longo dos 21 dias de viagem - dado excesso de caminhões, trechos em obra, trafego intenso entre portos.
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(5) SOBRE OS HOTÉIS ***********
Optamos por reservar previamente os trechos em cidades mais procuradas como Cafayate, Salta, Tilcara e S.P. Atacama - e todas as reservas fizemos pelo booking.com. Foi uma decisão acertada pois de fato estas cidades estavam lotadas.
Já os demais trechos deixamos em aberto para resolver na véspera ou na hora mesmo. Por vezes consultei o booking.com na própria estrada (com ipad), mas na maioria das vezes eu pesquisava as opções de hotéis via GPS mesmo.
Em todos os hotéis sem exceção tínhamos bom acesso a internet. Já os preços eram muito parecidos com o Brasil variando entre R$40 a R$80 por pessoa em lugares mais simples, e valores mais altos em locais mais sofisticados.
Alguns hotéis aceitavam cartão de credito,
porém outros de beira de estrada / cidades menores só aceitavam moeda local - logo certifique-se de estar sempre com Pesos a mão!
Abaixo a lista dos hotéis que merecem
destaque/recomendamos:
Em Salta: ****************************
Tayka Suites
Endereço Los Juncos 523 Bº Tres Cerritos - Salta, 4400 Argentina
Telefone +543874950703
E-mail info@taykahotelboutique.com
Latitude -24.76410, Longitude -65.39228
(S 024° 45.846, W 65° 23.537)
(*) Ressalva: hotel em estilo flat, ótimo em conforto/qualidade, porém ligeiramente distante do centrinho. Se você esta de moto, não faz diferença.. mas se estiver a pé, vai te obrigar a pegar taxi.
Em Cafayate: *************************
Hotel Los Sauces
Endereço Calchaquí Nº 62 - Cafayate, A4427AHB - Argentina
Telefone +543868421158
E-mail susana@hotellossaucessa.com
Latitude -26.07035, Longitude -65.97831
(S 026° 4.221, W 65° 58.698)
Em Tilcara: ***************************
Las Terrazas Hotel Boutique
Endereço Sorpresa Y San Martin - Tilcara, 4624 - Argentina
Telefone +543884955589
E-mail info@lasterrazastilcara.com.ar
Latitude -23.57566, Longitude -65.39145
(S 023° 34.540, W 65° 23.487)
Em San Pedro de Atacama: **************
Hotel Kimal
http://www.kimal.cl/pt/index.htm
Calle Domingo Atienza 452, Calama, Antofagasta, Chile
+56 55 85 1030