São Paulo, 6 de Junho de 2012.
Como já mencionei em outros posts, incorporei minha moto aos meus hábitos do dia-a-dia, usando-a em todos os meus deslocamentos, faça chuva ou faça sol. Esta nova realidade fez com que minhas idas e vindas ao trabalho se tornassem momentos prazerosos de reflexão (ouvindo música, obviamente) ao invés de momentos estressantes preso de carro no trânsito.
Este “exercício” diário tem me ajudado muito a ganhar cada vez mais confiança e destreza no mundo sob duas rodas, fazendo com que a Cavala de fato se torne uma extensão natural do meu corpo e mente. É verdade que vez ou outra eu tomo um susto com uma fechada de um desavisado ou mesmo um quase “toca-rodas” com algum motoboy mais apressado (e como eles são mal educados!!!). Faz parte. Encaro todas essas situações como ocorrências importantes para meu aprendizado servindo como parte da preparação para viagem ao Atacama.
Sou hoje como uma esponja correndo contra o tempo, buscando absorver a maior quantidade de experiências no menor espaço de tempo possível. Afinal, a data da minha partida já está cravada para 14/Nov deste ano. Só não posso tomar um tombo que me tire deste prumo, não é mesmo?! ... e para tal tenho contado muito com a Dona Sueli (minha sogra), Dona Beth (minha mãe) e Dona Raquel (minha querida esposa) mantendo sempre nossas rezas em dia...
Bom, falando sobre chuva... Gosto muito dela. Gosto do cheiro das ruas molhadas, do ar mais puro e, principalmente do cheiro de mato molhado que mesmo na cidade grande dá para perceber.
Mas sou obrigado a assumir que a chuva também já me fez passar por algumas situações inusitadas e, principalmente, fez com que eu passasse a ouvir algumas piadinhas e gracinhas de amigos mais próximos.
Interessante que no início da minha empreitada, todos (me) se apavoravam dizendo coisas do tipo “Meus Deus.. que perigo!”; “Cara, você é louco!!”, e agora trocaram as preocupações por: “Vai lá motoboy!”; “Tu é uma figura mesmo heim!” ; “Caramba!! Você vai de gravata e moto nesta chuva?!”. E tais frases ganham intensidade conforme a força da tempestade e principalmente quando eles me vêem sair/chegar de casa ou do trabalho todo embrulhado em roupa de chuva e por baixo vai meu paletó e gravata – impecáveis!!
De fato, São Paulo – terra da garoa – tem me obrigado a aprimorar técnicas impermeáveis para lidar com esta época do ano. No início usei somente jaqueta e calça por cima das minhas roupas normais de trabalho, deixando os pés/sapatos expostos (me recusei àqueles sacos nos pés como vejo algumas belas criaturas fazendo por aí). O resultado não foi muito bom, é verdade. Afinal, já me peguei em situações secas da canela acima e sapatos/meias encharcados – nada agradável em dias frios, inclusive.
Vou te contar um “causo” para ilustrar um pouco melhor este contexto e te dar a chance de engrossar o grupo dos piadistas.
Recentemente tive uma reunião de manhã cedo em um cliente em Alphaville. Saí de casa olhando para o céu e medindo o horário que São Pedro iria manifestar sua presença. De casa (Zona Sul de SP) me pareceu tudo bem. Porém, para minha desgraça, logo no meio da Marginal Pinheiros a coisa engrossou me obrigando a parar debaixo do 1º viaduto para rapidamente colocar minha calça de chuva (já estava com a jaqueta). E assim segui meu percurso até Alphaville... deixando meus pés expostos à sorte.
Chegando no meu destino final, a chuva estava tão forte que não tive coragem de parar na porta do cliente. Afinal, “que piada vão fazer a meu respeito chegando todo plastificado debaixo desta tempestade em uma reunião em cliente?!”, pensei. Passei reto e decidi parar no estacionamento do 1º mercado que encontrei. Busquei me recompor tirando a capa, endireitando as calças, ajustando o cabelo, arrumando a gravata, torcendo as meias, limpando os sapatos (da lama e areia que gruta nele) e por aí vai. O resultado até que ficou razoável - exceção para os meus pés que ficaram 150% ensopados. "Fazê o que", pensei. Mantive a programação e fui para minhas reuniões uns 20 minutos depois de recomposto. Até aqui, tudo bem.
Para minha “alegria”, a bosta piorou à medida que o tempo passou e um dos meus pés resolveu secar mais rápido do que o outro (na verdade, um pé molhou mais que o outro). E como eu estava de sapato de couro marrom claro.. - e o diabo do couro molhado fica quase preto, bem escuro - ..à medida que o bicho foi secando um pé foi clareando muito mais rápido que outro, fazendo com que eu parecesse um louco-varrido-mané por ter saído de casa com sapatos de cores diferentes – um preto, outro marrom. Maneiro. Bem adequado à vida executiva.
Enfim, mantive a compostura e toquei minhas reuniões ao longo do dia buscando esconder os pés na medida do possível. Sobrevivi. E fato é que, seja por respeito, seja por amizade, até hoje ninguém comentou nada comigo. Devem ter percebido... e talvez ficado sem graça ou com pena de perguntar, não é ?! ...sei lá.
Enfim, para fechar, compartilho com vocês minha lição aprendida e receita de bolo para evitar a “cara-de-mané” andando de moto em dias de chuva . É bem simples, anote ae:
Ande sempre com roupa impermeável calça, jaqueta, luvas, meia reserva e bota (Inclusive!!)... tudo, sempre (SEMPRE!!!!) guardado no topcase da sua moto. Afinal, São Pedro em São Paulo, não tem aviso prévio e nem humor definido. Ok ?
E boas chuvas !!!
Sacou o mico ? |
Um guarda-chuva no topcase acrescentaria um toque de elegância!
ResponderExcluirVcs estão vendo? ...é mais um para engrossar o caldo dos piadistas........ Rsss
ExcluirOh Richa, vi tua motoca lá na oficina ontem... E ai vc vai nos contar como esta a história dela?
Gde abraço,