domingo, 24 de junho de 2012

Bug & Espera - BMW F650 GS

São Paulo, 24 de Junho de 2012.

Lembra que falei uns post atrás sobre a trabalheira que o Richa - meu parceiro de viagem - esta tendo com sua moto (F650 GS) ? Pois então, a criança (a moto) está na oficina há séculos na espera aguardando peças.. e depois de vários capítulos parece que a novela está perto do fim.

O Richa topou compartilhar conosco os últimos acontecimentos desta história.. e me enviou por email o texto que reproduzo a seguir.

Vamos lá...

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(texto enviado por email pelo Richa em 24/jun/2012)

Sim, ela (minha moto) é mulher e como tal sua fúria é implacável. Confesso:  tive uma breve aventura (no BMW Rider Training) e agora devo estar pagando pela traição. Não. Não estou confessando o inconfessável e inexistente.

Me refiro a minha F650 twin, minha escolha para viagem ao Atacama - futura companheira de viagem da estrela desta blog - a Cavala (R1200 GS). Os leitores devem estar lembrado do post sobre do BMW Rider Training (http://www.minha-moto-e-eu.blogspot.com.br/2012/05/rider.html) e minha experiência (e paixão passageira) com a 1200 GS - e por consequência a dúvida sobre a futura companheira de viagem.

Minha amada F650GS (a que esta internada em tratamento na Oficina)
 
No Rider Training, quando conheci a irmã da Cavala, a 1200 GS,
"traindo" minha parceira F650GS

Passado este evento, praticamente não consegui mais andar de moto. Um problema que já havia notado, mas era bastante esporádico se tornou crônico. De pequenas “morridas”em situações bastante específicas o problema evoluiu para falhas constantes do motor.

Levada imediatamente para a BMW, o primeiro diagnóstico não parecia nada preocupante: Atualização do sistema eletrônico, troca das velas e limpeza dos bicos. Fiz tudo como sugerido, mas não resolveu!

Curioso, resolvi pesquisar pela internet e me preocupei ao saber que este tipo de problema tem sido muito comum nas F 800 GS e 650 twin nos EUA. O pior é que não existe um consenso sobre qual o real causador do problema. Os relatos que encontrei navegando pela web falavam de motos na garantia(http://www.advrider.com/forums/showthread.php?t=420546) onde a solução tinha sido buscada na base do tentativa e erro (o que não é uma boa opção no meu caso).

Em resumo as possibilidades são: Bomba de combustível, sensor do acelerador, pressão negativa no tanque de combustível… e pior, o que mais me preocupa: alguns casos voltaram a acontecer meses depois do conserto.

Após o primeiro insucesso no diagnóstico pela concessionária o novo diagnóstico é da regulagem das válvulas. Para isso é preciso trocar umas pequeninas pastilhas...  e lá se vão +3 semanas e nada das pastilhas chegarem…previsão de mais 15 dias.

Embora não tenha visto este relato nos fóruns da BMW, até que faz sentido e parece ser um problema relativamente comum em motos com 4 válvulas por cilindro (DOHC).

Mas não estou totalmente convencido!!

… tenho outra teoria: Acho que é CIÚME. Sim, a F 650 GS é mulher e como tal sua fúria é implacável !Então vamos combinar que ninguém mais me pergunta se estou pensando em trocá-la!


A bichona na oficina, na Vila Olimpia, aguardando suas peças...
.. e ja fazem mais de 45 dias nesta espera



domingo, 17 de junho de 2012

Minha esposa & Minha moto (de SP a S. Bento do Sapucaí)

São Paulo, 17 de junho de 2012.

"E se ela não se ambientar na moto?! ...Que bosta que vai ser!", pensei.

Este foi meu receio a partir do momento em que convidei minha esposa para se juntar ao nosso bate-volta de SP até São Bento do Sapucaí neste ultimo sábado. Trajeto de quase 5 horas totalizando cerca de 430km ida e volta. E a ansiedade se justificava pelo fato de ser seu "batismo" no mundo sob 2 rodas... Até então ela "odiava" andar de moto.

Nao sei se já falei antes, mas na sonhada Viagem ao Atacama meu plano é cruzar a Cordilheira com minha esposa na garupa, fazendo com que ela participe de 7 a 8 dias dos 18 que terei de viagem. Enfim... sábado foi como um test drive, ou "prova dos 9"... hora de confirmar se meus planos ficariam de pé ou se capotariam logo na partida.

Busquei fazer tudo bem certinho na véspera, é verdade. Fui com ela em lojas de roupas & acessórios de moto para que ela se encantasse com calcas, botas, luvas... e apetrechos em geral. E ela bem que curtiu! Afinal, qual mulher que não gosta de ir as compras?!

Foi mais ou menos assim: Cabelos para um lado, uma espiada no espelho, experimenta uma calça aqui, outra ali, cabelos para o outro, e nova espiada no espelho. Testa uma bota, coloca uma luva.. E em cada momento e via brotar em seus olhos gradativamente o brilho do tal "bichinho" que morde todos nós motociclistas. É o bichinho que vicia a gente em cheiro de estrada e vontade de correr mundo a fora. Ou será que no caso dela foi o bichinho das compras que vem nativo no DNA de todas as mulheres?! Sei lá.. Prefiro crer na primeira opção!

Fui dormir na véspera com o bolso mais vazio e com a mulher toda equipada, mas acima de tudo dormi com sentimento de dever cumprido. Afinal, ela estava bem mais animada e na expectativa de testar a estrada pela primeira vez no dia seguinte. Bom começo.

Agora era dormir, descansar e torcer por um sábado lindo de sol. E assim o fizemos. Deitamos cedo e acordamos dia seguinte as 6:57am em um pulo na expectativa de acelerar logo no lombo da Cavala (o final sete é para dar sorte, ok?!).

E como ela ficou linda toda equipada ! (ela, minha mulher. Presta atenção na história senão tu se perde heim rapaz!!!)

Cabelos ao vento, jaqueta de couro, calca reforçada, botas até as canelas, óculos escuros, musica nos ouvidos... Se fosse anos 80 seria Jane Fonda. Quem visse, nao diria que era caloura na garupa! Ela se saiu muito bem, inclusive. Tomei somente alguns beliscões na Av. 23 de maio ao cortar o transito grosso pelo corredor. No mais, fomos curtindo batendo papo pelo comunicador (Scala Rider), uma boa forma dela ir distraindo e relaxando. E a medida que a cidade distanciou-se gradativamente ela se acostumou, relaxou.. Indo bem equilibrada, firme nas curvas, aguerrida nas retas... Ate massagem nos meus ombros ela fez ao longo do percurso.

E a Cavala galopou livre, feliz, completa... com nós dois em seu lombo !

Fizemos curva meio deitado, aceleramos nas retas, ouvimos musica, conversamos bastante...e aceleramos um pouquinho a mais também, principalmente nas retonas perfeitas da Ayrton Senna. Importante lembrar que para mim também foi uma experiência nova dado ser minha primeira estrada com garupa. Me adaptei naturalmente ao novo peso e equilíbrio, seguindo bem ao longo de todo percurso.

Voltamos pra casa as 18:00 cansados, de alma lavada, realizados, e cheio de planos para novos bate-volta e vôos maiores.

Foi como voltar a namorar depois de 10 anos casados, Fantástico! Ehh.., neste sábado meu projeto ficou completo! Mas como este blog não é sobre romance paro por aqui e vamos as partes mais "técnicas"...

São Paulo cada vez mais me surpreende pela qualidade e diversidade das suas estradas. As grandonas (bandeirantes, Castelo Branco, Dutra, Imigrantes, Ayrton Senna, etc..) eu já conhecia. Mas tenho me surpreendido também pela qualidade e beleza das estradinhas menores que ligam pequenas cidades do interior.

Neste último percurso tivemos o prazer de conhecer a SP 050, estrada que liga São José dos campos a São Bento do Sapucaí, cortando uma cidadezinha astral chamada Monteiro Lobato. Que espetáculo! Curvas perfeitas, visual de cinema por entre serras, vales, matas.. Vale muito a pena!

Gostei tanto dela (SP 050) - ja falei pra tu ficar atento a historia!! - que me inspirei a criar uma nova aba neste blog buscando compartilhar com vocês as "Estradas perfeitas" que conheci por estas andanças e preparativos para o Atacama. Dêem uma olhada na lista aqui ao lado direito, vez ou outra vou acrescentar mais algumas nesta lista, ok? ...inclusive, sintam-se a vontade para sugerir e opinar sobre elas.

Falando um pouco sobre os eletrônicos, testei mais uma vez a GoPro no topo do capacete, e desta vez lembrei de limpá-la periodicamente, o que me permitiu colher algumas boas fotos e filmagens (vide abaixo) - minha impressão sobre ela é cada vez melhor.

Testei novamente também o GPS (Garmin Zumo 660). Registrei nele previamente os roteiros de ida e volta, o que facilitou bastante nossa vida ao longo do percurso. O único eletrônico que não me entendi muito bem até agora foi o comunicador (Scala Rider). Ele foi perfeito pareado com minha esposa com comunicação aberta e clara, porém sempre se perdia quando eu tentava colocar músicas via iphone. Talvez o problema seja eu que sou calouro ou ele que tem uns bugs de fábrica, sei lá.

Foi também minha primeira experiência andando de moto em grupo. Muito bacana por sinal. Fomos com outros 3 amigos - Estevão, Clayton e Rodam. O primeiro em uma Harley 833r, estilosa e beberrona, o segundo de kawasaki versys - bacana, nervosa, e o último de v-Strom 600 - Robusta, estradeira. Três belas máquinas.

Por coincidência o Clayton e Rodam também estão com planos de uma longa viagem para novembro deste ano. Só que no caso deles o rumo final é Machu Pichu, no Peru. Como a época bate com nossa viagem, talvez a gente cruze o norte da argentina juntos (trecho da ida), vamos ver. Leiam mais sobre seus planos no blog http://www.by2ride.com/

Valeu amigos pelo passeio astral ! Bora repetir ! E boa sorte nos seus planos e projetos!

E antes de fechar fica aqui minha "carta-declaração para minha esposa".... Tape os ouvidos ai, ok!

Branca,
Você é minha cara-metade, alma gêmea. Foi minha parceira em todas aventuras e sonhos vividos nestes 10 anos juntos, e não está sendo diferente nesta aventura de moto. Sei do seu esforço e empenho para que eu viva este projeto... e, principalmente, sei que você esta enfrentando seus medos e receios antigos para estar mais uma vez ao meu lado. Você me completa! E agora meu projeto ficou completo!

.. E já to agendado a próximo bate-volta, ok! Prepare-se!

Bjs, amo vc.
R.G.

Nosso roteiro: SP - S. Bento Sapucaí, totalizando 430km.
Destaquei no mapa o trecho bacana pela SP 050







Pausa para abastecer no Frango Assado da Ayrton Senna



Parada para almoço em São Bento do Sapucaí







Olha ae as quatro "meninas" enfileiradas para abastecer


GoPro Hero2





No final da SP-050, pausa para esticar pernas


sexta-feira, 8 de junho de 2012

Projeto Saúde - Parte 4

São Paulo, 8 de junho de 2012.

Hoje meu fim de tarde foi diferente.

Estava na estrada correndo (nao de moto, a pé mesmo mesmo) com meu iPhone e a Adele berrando no meu ouvido .. e veio uma chuva forte, destas que lava a carcaça e renova. Momento show, regado a cheiro de estrada e relva molhada. Momentos destes que você abre os braços e fala sozinho e agradece pela vida, pela família, pela saúde e por tudo de bom que nos cerca.

Me dei conta de que fazia séculos que eu não me sentia assim (bem) enquanto corria. Como estava sedentário, ate então os treinos vinham sempre acompanhados de muita dor e sacrifico. Hoje foi diferente. Percebi que estou começando a entrar em forma... cruzando uma barreira tênue que muda o patamar dos treinos separando o desconforto x prazer.

Nesta nova fase os treinos podem passar a ser um bom momento de reflexão e descompressão (assim espero).. To quase lá!

Enfim, sem delongas..

Fato é que já perdi 6kg no total, restando 4kg. Destes teimosos, boa parte jas na minha barriga - derrete logo oh toicim desgraçado !! De resto já afinei bastante.

Tela do "my weight" - onde
acompanho pesos e meu progresso

Mantendo o caminho atual ( = alimentação sob controle e treinos periódicos) atingirei meu peso "ideal" e minha forma física adequada para o Atacama em 45 dias mais ou menos.

Para reforçar, comecei recentemente a fazer exercícios específicos para braços, ombros e pescoço, partes do corpo que normalmente me incomodam mais nas viagens de moto.

Mas nem tudo são flores!

Tem dia que é foda, reconheço. Conciliar rotina de trabalho, família e (agora) preparação física, não é simples. Tem dias que corro "na marra" sem disposição nenhuma.. Com dores no corpo e cansaço mental que gritam na minha cabeça para eu parar e ir dormir. Mas nesta hora me forço a seguir na caminhada, mesmo que treinando mal, meio que andando. "Afinal, melhor qualquer treino do que treino nenhum", me convenço.

Impressionante como o ser humano é capaz de progredir, desde que tenha claro em mente suas metas e seus objetivos - e que foque neles obviamente.

Ainda no embalo deste assunto, vou compartilhar com vocês 3 histórias diferentes, todas de amigos próximos... Todas sobre metas, desafios, superações.. lições de vida.




O primeiro, é a historia de um grande & velho amigo (velho, quer dizer amigo de longa data, ok?... é bom eu explicar senão ele magoa rsss).

Enfim, fato é que ele decidiu abandonar anos de sedentarismo e começar a correr maratonas. O cara esta no meio do treinamento, pilhado, focado... e já quebrou inúmeras barreiras. Parabéns pedrao!

Vc nos inspira rapaz!

(acesse o blog ==> http://www.to-correndo-atras.blogspot.com.br/)




O segundo, outro amigo que também resolveu correr maratonas.

Só que este aqui traçou (do "nada") como meta completar uma ultra-maratona de quase 89 km - a Conrad - corrida famosa que reúne na Africa do Sul vários atletas de todos os cantos do mundo.

Ele se preparou ao longo de 7 meses e completou com sucesso seu projeto agora no inicio de junho. Parabéns Froes! Vc é fera rapaz!



(acesse o blog ==> http://www.desafiocomrades.blogspot.com.br/)






A terceira, é a história de uma amiga que esta lutando contra um câncer. Brava, guerreira, de cabeça erguida.

E ao longo desta caminhada ela está se redescobrindo e reconhecendo novos caminhos para a vida.

Força Rê ! Você não está sozinha nesta luta!

(acesse o blog ==> http://projetodafenix.blogspot.com.br/)


Nos três casos... Gente comum, gente do dia-a-dia... Gente como a gente, lutando suas batalhas em busca do equilíbrio de vida...

É isso, bola pra frente!




quarta-feira, 6 de junho de 2012

Faça Chuva ou faça Sol


São Paulo, 6 de Junho de 2012.


Como já mencionei em outros posts, incorporei minha moto aos meus hábitos do dia-a-dia, usando-a em todos os meus deslocamentos, faça chuva ou faça sol. Esta nova realidade fez com que minhas idas e vindas ao trabalho se tornassem momentos prazerosos de reflexão (ouvindo música, obviamente) ao invés de momentos estressantes preso de carro no trânsito.

Este “exercício” diário tem me ajudado muito a ganhar cada vez mais confiança e destreza no mundo sob duas rodas, fazendo com que a Cavala de fato se torne uma extensão natural do meu corpo e mente. É verdade que vez ou outra eu tomo um susto com uma fechada de um desavisado ou mesmo um quase “toca-rodas” com algum motoboy mais apressado (e como eles são mal educados!!!). Faz parte. Encaro todas essas situações como ocorrências importantes para meu aprendizado servindo como parte da preparação para viagem ao Atacama.

Sou hoje como uma esponja correndo contra o tempo, buscando absorver a maior quantidade de experiências no menor espaço de tempo possível. Afinal, a data da minha partida já está cravada para 14/Nov deste ano. Só não posso tomar um tombo que me tire deste prumo, não é mesmo?! ... e para tal tenho contado muito com a Dona Sueli (minha sogra), Dona Beth (minha mãe) e Dona Raquel (minha querida esposa) mantendo sempre nossas rezas em dia...

Bom, falando sobre chuva...  Gosto muito dela. Gosto do cheiro das ruas molhadas, do ar mais puro e, principalmente do cheiro de mato molhado que mesmo na cidade grande dá para perceber.

Mas sou obrigado a assumir que a chuva também já me fez passar por algumas situações inusitadas e, principalmente, fez com que eu passasse a ouvir algumas piadinhas e gracinhas de amigos mais próximos. 

Interessante que no início da minha empreitada, todos (me) se apavoravam dizendo coisas do tipo “Meus Deus.. que perigo!”; “Cara, você é louco!!”, e agora trocaram as preocupações por:  “Vai lá motoboy!”; “Tu é uma figura mesmo heim!” ; “Caramba!! Você vai de gravata e moto nesta chuva?!”.  E tais frases ganham intensidade conforme a força da tempestade e principalmente quando eles me vêem sair/chegar de casa ou do trabalho todo embrulhado em roupa de chuva e por baixo vai meu paletó e gravata – impecáveis!!

De fato, São Paulo – terra da garoa – tem me obrigado a aprimorar técnicas impermeáveis para lidar com esta época do ano. No início usei somente jaqueta e calça por cima das minhas roupas normais de trabalho, deixando os pés/sapatos expostos (me recusei àqueles sacos nos pés como vejo algumas belas criaturas fazendo por aí). O resultado não foi muito bom, é verdade. Afinal, já me peguei em situações secas da canela acima e sapatos/meias encharcados – nada agradável em dias frios, inclusive.

Vou te contar um “causo” para ilustrar um pouco melhor este contexto e te dar a chance de engrossar o grupo dos piadistas.

Recentemente tive uma reunião de manhã cedo em um cliente em Alphaville. Saí de casa olhando para o céu e medindo o horário que São Pedro iria manifestar sua presença. De casa (Zona Sul de SP) me pareceu tudo bem. Porém, para minha desgraça, logo no meio da Marginal Pinheiros a coisa engrossou me obrigando a parar debaixo do 1º viaduto para rapidamente colocar minha calça de chuva (já estava com a jaqueta). E assim segui meu percurso até Alphaville... deixando meus pés expostos à sorte.

Chegando no meu destino final, a chuva estava tão forte que não tive coragem de parar na porta do cliente. Afinal, “que piada vão fazer a meu respeito chegando todo plastificado debaixo desta tempestade em uma reunião em cliente?!”, pensei.  Passei reto e decidi parar no estacionamento do 1º mercado que encontrei. Busquei me recompor tirando a capa, endireitando as calças, ajustando o cabelo, arrumando a gravata, torcendo as meias, limpando os sapatos (da lama e areia que gruta nele) e por aí vai. O resultado até que ficou razoável - exceção para os meus pés que ficaram 150% ensopados. "Fazê o que", pensei. Mantive a programação e fui para minhas reuniões uns 20 minutos depois de recomposto. Até aqui, tudo bem.

Para minha “alegria”, a bosta piorou à medida que o tempo passou e um dos meus pés resolveu secar mais rápido do que o outro (na verdade, um pé molhou mais que o outro). E como eu estava de sapato de couro marrom claro.. - e o diabo do couro molhado fica quase preto, bem escuro - ..à medida que o bicho foi secando um pé foi clareando muito mais rápido que outro, fazendo com que eu parecesse um louco-varrido-mané por ter saído de casa com sapatos de cores diferentes – um preto, outro marrom. Maneiro. Bem adequado à vida executiva.

Enfim, mantive a compostura e toquei minhas reuniões ao longo do dia buscando esconder os pés na medida do possível. Sobrevivi. E fato é que, seja por respeito, seja por amizade, até hoje ninguém comentou nada comigo. Devem ter percebido...  e talvez ficado sem graça ou com pena de perguntar, não é ?! ...sei lá.

Enfim, para fechar, compartilho com vocês minha lição aprendida e receita de bolo para evitar a “cara-de-mané” andando de moto em dias de chuva . É bem simples, anote ae:

Ande sempre com roupa impermeável calça, jaqueta, luvas, meia reserva e bota (Inclusive!!)... tudo, sempre (SEMPRE!!!!) guardado no topcase da sua moto. Afinal, São Pedro em São Paulo, não tem aviso prévio e nem humor definido. Ok ? 

E boas chuvas !!!



Sacou o mico ?


domingo, 3 de junho de 2012

SP – Campos do Jordão

São Paulo, 3 de Junho de 2012.

Acordei no sábado acelerado... Não na moto, mas sim em casa tentando organizar a zona que meus filhos estavam fazendo. Meias para um lado, brinquedos para outros, lá fui eu pisando e tropeçando em cabeça de boneco e pé de sapato para tentar dar ordem ao caos.

Você tem filhos ? Pois eu tenho 2.... lindos por sinal - acho que já falei rapidamente sobre eles em algum post mais atrás. Mas dão um trabalho dos infernos às vezes, heim! Tenho uma tese sobre isso inclusive – anote ae pois é profunda: “Quem tem um não tem nenhum; quem tem 2... tem 4, acima disto... pule pela janela!”. Gostou?

Pois é. No meu caso vale a tese do quem tem 2 tem 4, pois um agita o outro e o caos se instala em segundos.. como se fossem 4 crianças zoneando, entendeu ?  Pois assim amanheceu meu sábado. Uns gritos pra cá, uns berros pra lá.. e duas horas depois, todos prontos devidamente acorrentados na cadeirinha no carro para pegarmos estrada. E é claro que negociei meu alvará antecipadamente e minha esposa foi de carro.. e eu com minha Cavala! Que espetáculo! Minha mulher é parceira mesmo (Valeu amor!! Obrigado pelo seu sacrifício e esforço para me proporcionar estes momentos!).


Nosso destino foi pela Ayrton Senna e Carvalho Pinto rumo a Campos do Jordão – cidade que fica cerca de 200km de SP. Trajeto perfeito para testar meus novos acessórios e tirar mais conclusões e acumular mais experiências.

Fui pela 1ª vez com a câmera GoPro Hero 2 colada no topo do capacete - e regulei ela para tirar uma foto a cada 30 segundos. Muito bacana este recurso. Começamos bem pela Marginal Pinheiros e Tiete.. com umas 150 fotos de transito grosso, asfalto e paisagem cinza de cidade grande. Legaaaaaal heim! Mas logo que entramos na Rodovia Ayrton Senna onde o visual começaria a melhorar explodiu um inseto na cara dela e todas as 250 fotos seguintes saíram manchadas de restos nojentos de bicho morto – igual a estes que estouram no retrovisor do seu carro e você termina de melecar espalhando com limpador de parabrisas. E como sou calouro é claro que somente percebi a cagada quando cheguei no meu destino final. Legal heim?! Resumindo, compartilho com vocês meu primeiro grande aprendizado usando esta bela máquina: quando for usá-la.. lembre-se de limpar o visor de tempos em tempo. Caso contrário suas fotos correm o risco de saírem como as minhas. Dê uma olhada no repertório...

No início do percurso, entrando na Marginal Pinheiros..


Transito pesado, sabado de manhã... coisas de SP.

Parando no Frango Assado da Ayrton Senna.
Até aqui.. as fotos saíram razoáveis (apesar do visual cinza da cidade).


Depois do inseto acertar a máquina.. todas as fotos ficaram assim..


Ta vendo o safado no meio da tela? ...valeu o aprendizado!!

Tenho também uma segunda tese que testei e esta sim funcionou que foi uma beleza. Diz respeito a melhor forma de pagar o pedágio. De carro, ok. Moleza... tem até o Sem Parar. Mas de moto amigo, é uma trabalheira danada, dado que você esta todo equipado, lacrado a vácuo e com luvas que te tiram a sensibilidade dos dedos. Fiquei observando outros motociclistas.. e o tempo de cada um era looooongo em todo procedimento de parar, tirar luvas, abrir jaqueta, pegar carteira, pagar, pegar troco, lacrar tudo de novo, colocar luva, etc.  E a Rod Ayrton Senna tem uma meia dúzia de pedágios.. faça só as contas do tempo e da trabalheira neste simples procedimento.

Bom, eu inovei e testei uma tese simples: Levei uma caixinha de óculos (vazia) somente com moedas e notas pequenas. E guardei esta caixinha dentro da mala de tanque (na minha frente). Logo sempre que eu parava no pedágio não tirava luva nem nada.. somente entregava a tal caixinha fechada para a atendente .. e ela abria pegava o que queria e pronto. Show. Os pit stops foram dignos de fórmula 1.

Terceira conclusão que tirei diz respeito ao GPS: foi também a primeira vez que usei meu Garmin Zumo 660. Na ida, fui sem conectar o áudio via bluetooth, e mantive minhas músicas via iphone pelo Scala Rider. Neste caso, pouco olhei para o GPS.. dado que em alta velocidade qualquer distração se torna perigoso. Já na volta (dia seguinte) liguei o som via bluetooth e a mulher foi falando no meu ouvido o caminho inteiro toda hora interrompendo minhas músicas, conclusão: chato para Caralhusss !

Logo minha recomendação sobre o melhor uso é o seguinte: na estrada, desligue o áudio do GPS.. e se informe previamente sobre os principais pontos do percurso. E vez ou outra você da uma espiada na tela dele para conferir.  Mas quando chegar dentro da cidade (quem tem milhões de detalhes, quebradas e cruzamentos), ai sim ligue o áudio pra chata  poder ir falando na sua cabeça a cada metro e esquina. Outro coisa, esquece ouvir música conectado via GPS..  é muito ruim o som, não me pergunte o porque. É qualidade de rádio AM (bosta!). Muito melhor parear seu scala ride direto com seu Iphone.. pois ai sim você terá uma boa qualidade no som.

Testei também a melhor velocidade cruzeiro para Cavala. Como fui sozinho e a estrada é fantástica, experimentei cruzeirar em várias velocidades e tempos.. buscando o melhor conforto. Resumo para vocês em poucas linhas:

- De zero a 100 km/hr..  “bebezinho engatinhando”. Não rola.. corre o risco de você cair da moto pois dormiu em uma curva;

- de 100 a 120km/hr ... “hora de alongar as perna e esticar o corpo”. Boa velocidade para esticar o esqueleto.. mas como cruzeiro também é sonolento;

- de 120 a 140km/hr..  “velocidade de jumbo cruzando atlântico em céu de brigadeiro”. Estável, confortável e com pouca turbulência.. Perfeito!

- de 150 a 180km/hr...  “é como ir para academia e começar a malhar braços, ombros e pescoço”. A turbulência no capacete é crescente e tamanha que sua musculatura fica travada tentando manter teu crânio no lugar.. pois caso contrário corre o risco dele ser arrancado do pescoço com a força do vento. Logo, minha opinião é que nesta velocidade somente em alguns poucos momentos (tipo ultrapassagens).. mas não rola por tempo seguido. Muito cansativo (além de perigoso, obviamente).

Enfim, para fechar.. compartilho abaixo as poucas fotos decentes que salvei do fim de semana. As duas primeiras são dos demais momentos fora da moto.. curtindo o Fim de Semana em Campos do Jordão com os amigos e família. Já as 3 últimas salvei via GoPro, no domingo de manhã no retorno para SP. Limpei bem a lente da câmera antes de sair mas a alegria durou pouco dado a pouca bateria a máquina.. (só deu tempo da máquina bater 3 fotos, logo depois ela apagou). Valeu o aprendizado! 


Esta ai as minhas figurinhas amadas. Olhando assim da para
imaginar tacando o terror em casa ?

A noite em um Fondue na casa dos Amigos Juscelino e Regina.

Obrigado, Jussa & Regina, por nos receberem em sua casa de Campo!!
Vcs são dez!! Alto astral, grandes amigos!! Obrigado! Foi fantástico!!


(GoPro) Domingo de manhã,  pegando o caminho de volta para SP

Repare como o painel da Cavala ficou
bacana com o Garmin instalado..


Descendo a serra..