Esta semana, dei mais um passo a frente no meu projeto: comprei a moto da viagem (para o Atacama). Vou resumir neste post os acontecimentos deste ultimo mês...
Estou com a Magrela há mais de um mês aqui em SP, e neste meio tempo tenho ido com ela todos os dias ao trabalho - sem exceção. Faca chuva ou faça sol.
Este dia-a-dia me fez avançar bons passos na confiança e no conforto da pilotagem - dado que ela passou a ser como um "complemento" dos meus braços, pernas e corpo em geral, me deixando completamente a vontade e adaptado a sua forma, peso e humores. Mas esta não foi a maior evolução que tive...
A maior delas foi sim dentro da minha casa, dado que gradativamente minha esposa foi relaxando, ficando mais a vontade e se acostumando com a idéia do marido andando de moto mundo a fora. Ela tem percebido que apesar de arriscado, este projeto tem feito bem para minha cabeça me deixando mais relaxado, menos estressado... Afinal, encontrei o tal hobbie que há tanto tempo eu procurava.
Este upgrade de "ponto de vista" foi tamanho que eu propus a ela a venda do nosso 2o carro (o dela) para ficarmos somente com o um. E, neste caso, ela ficaria de carro e eu somente de moto. E para minha surpresa, ela topou com algumas ressalvas. E assim retomei minhas buscas pelas lojas e páginas na internet em busca do "meu próximo passo": a moto que me levará para o Atacama (se Deus quiser!!).
Novamente visitei a Yamaha, pensando na prima mais velha da Magrela - a te660. Fui na KTM conhecer as motos campeãs dos rallys mundo a fora. Experimentei novamente a kawasaki versys e por fim fui na BMW de olho na F800GS e na G650GS Sertão. Todas lindas, interessantes, mas na verdade, em nenhuma delas senti aquele "tchan" que te força a tomada de decisão.
Na loja da BMW pedi para fazer testdrive na F800GS: - "não tenho ela para testdrive", disse o vendedor. "Tenho somente a R1200GS para teste", ele ofereceu. "ok, ela não me interessa... mas vou experimentar somente para matar a curiosidade", afirmei. E foi aí que meus planos mudaram...
Logo no começo do "passeio", entre a 2a e a 3a marcha, soltei um palavrão "CARAL%# !!! QUE POR%# É ESSA !!!! QUE RAÇA É ESSA!!!". Sensação fantástica, amor à primeira vista, indescritível.... difícil transpor para palavras, mas vou tentar.
É como se você só andasse de corsinha 1.0 sem ar e de repente você acelerasse em um Veracruz ou Pajero Full, sei lá. Tá bom, vou tentar de novo: é como se você almoçasse sanduíche de mortadela dias seguidos em uma lanchonete e de repente você jantasse no melhor restaurante da cidade, regado ao melhor vinho francês. Entendeu?
O motor é um canhão e ao mesmo tempo "dócil", é robusta porém fácil de pilotar, o freio fantástico... nada borrachudo, o ronco único, macio, aventureiro. As malas laterais mais parecem o guarda-roupas do 007 e, por fim, o conforto é o de uma poltrona em uma sala de cinema do kynoplex.
A paixão veio de primeira, avassaladora - e junto veio aquele comixão desgraçado (que brota no estômago, ou no rabo) e que fica junto com o diabinho sussurrando no ouvido "esta cavala será sua parceira para o Atacama!!! Vai lá... compra uma...".
Fica aqui minha sincera recomendação: não faça testdrive em uma moto destas !! A não ser que você tenha em mente comprá-la. Pois caso contrário, você voltará para casa cabisbaixo e pensativo, assim como eu. Afinal, voltar pro meu corsinha (digo, para minha magrela de 250cc) foi difícil logo após experimentar esta montaria dos Deuses de 1200cc.
Passei dias seguidos em pensamentos profundos e fazendo contas de cabeça. Mas por fim não me contive. Parti para Internet em busca de uma semi-nova com bom custo-benefício. Afinal, para comprar uma zero.. nem vendendo meu corpinho de pera na Rua Augusta ou na Av. Copacabana.
Encontrei várias boas opções. De fato o perfil do proprietário deste tipo de moto é bem mais cuidadoso do que a média... mantendo manutenções rigorosas e investindo também em bons equipamentos e acessórios. Logo, não é raro você encontrar boas opções bem cuidadas, pouco rodadas com 3 a 4 anos de uso.
E ontem (domingo), ao fim do dia, o negócio estava sacramentado. A equação foi a seguinte: Magrela + carro da minha esposa = égua Campolina, campeã mundial da raça. Números arredondados e nenhum centavo a mais desembolsado.
Escolhi uma semi-nova, modelo Sport 2008, de 18.500 km, com ABS, aquecedor de manopla, linda, equipada também com as tais malas "do 007". Dá uma olhada nela aqui abaixo. Difícil não se apaixonar, não é?
BMW R1200 GS Sport - 2008. Minha "Cavala" |
Repare as malas tipo "007" |
Ela no "checkup / vistoria" da concessionária - exigência minha para concretizar a compra |
Enfim, agora o próximo passo é aprender a domar esta égua de raça - o que se dará na "marra" no dia-a-dia. Afinal, nem carro mais eu tenho. Alguns estão me chamando de louco, outros de deslumbrado... e os mais otimistas entendem que na verdade sou um cara determinado. Sei lá. Talvez eu seja um pouco de cada.
Tenho pensado também em me inscrever no tal curso de pilotagem da BMW - além de acelerar meu aprendizado seria também uma boa opção para me enturmar com o povo desta tribo.
E por falar nisso, por incrível que pareça, a parte mais difícil do meu projeto tem sido justamente reunir um grupo de 2 ou 3 amigos para topar a sonhada viagem comigo. Já esgotei os convites aos amigos mais próximos. Talvez este tal curso seja uma forma de engordar a lista de candidatos. Vamos ver.